As abelhas nativas do Brasil são importantes polinizadores das espécies vegetais nativas, e, consequentemente, auxiliam na produção de sementes e frutos. A grande maioria dessas espécies são solitárias, mas uma parcela delas (cerca de 250 espécies) são sociais, constituindo colônias com rainha e um certo número de operárias.

Estas abelhas sociais é que são de interesse para a prática da criação e o manejo racional. São denominadas genericamente de meliponíneos. Embora sejam ditas sem ferrão, elas possuem o aparelho de ferrão atrofiado, não sendo este, portanto, funcional, ao contrário do eficiente ferrão das abelhas africanizadas.

Os meliponíneos são constituídos de dois grupos distintos com diferenças bem marcantes em hábitos de vida: um é o grupo constituído por espécies do gênero Melipona, ao qual pertencem a Tiúba, a Uruçu e a Jandaíra; e o outro é constituído por todos os outros gêneros de Meliponini, como as Scaptotrigona, Trigona, Frieseomelitta, Tetragonisca, e etc., E, popularmente, é o grupo ao qual pertencem a Tubí, a Tataíra, a Cachorro, a Mirim, a Mandaguari e etc.

As espécies do gênero Melipona compartilham muitas características que facilitam o seu reconhecimento como pertencente a esse gênero. Já os demais gêneros de abelhas sem ferrão apresentam uma variação bem maior. Por exemplo, as “melíponas” geralmente usam barro puro e própolis na entrada do ninho, que geralmente é em forma de sulcos ou estrias. Nessa entrada geralmente fica de uma a três guardas. Já as espécies dos gêneros Trigona, Partamona, Tetragonisca, entre outros, usam muitos materiais na entrada (própolis, cera, barro, brotos de árvores, fezes e etc) e esta não possui um formato definido, variando de espécie para espécie. As entradas são vigiadas por várias operárias, ao contrário das “melíponas”.

Também há diferenças morfológicas como o tamanho da asa em relação ao abdome. Nas melíponas as asas chegam ou quase chegam à extremidade do abdome. Nas demais espécies, a asa ultrapassa a extremidade de abdome. As melíponas são abelhas maiores e mais robustas que as demais e apresentam um número menor de indivíduos dentro da colônia.

A grande maioria das espécies de meliponíneos fazem seus ninhos em ocos de árvores, daí um motivo importante para preservação da vegetação nativa em todos os biomas.

Fonte: Instituto Abelhas Nativas